domingo, 11 de maio de 2008

Tia Prudência

2 comentários:

Anónimo disse...

A tia Prudência é a minha mãe!
Esta é naturalmente mais uma circunstância que vai tornar a tua exposição de pintura on-line, como a mais bela montra que eu jamais poderia imaginar!
Para mim tu és o Zé Augusto, companheiro da Escola Primária, conterrâneo da aldeia comunitária de Vale de Frades e de tantas peripécias que vivemos em conjunto! Estão ali bem patenteadas algumas das nossas raízes comuns!
Para a minha Mãe, tu és o “Filho do Vila” e da “Fulcissima” de quem terás herdado “jeito para tudo”! Mas é na música que mais estás presente diariamente como ela tão bem recorda nas suas memórias de “Cantadeira”:
(…)
3- Gravação do Cancioneiro da Pachita
Em Agosto de 2001, de férias em Vimioso, passei uma tarde bem divertida com o Zé Augusto, a Helena e o Manuel.
O Zé Augusto acompanhou-me à guitarra, enquanto eu cantava as canções que me ia lembrando. Ficou assim gravada uma cassette que lhe chamaram “O Cancioneiro da Pachita”, abarcando os meus tempos de criança, adolescente e adulta, com as seguintes canções:
- Cala, cala meu menino!
- Mira-me Miguel como estás de bonitito!
- Você não toca na minha pandeireta!
- A saia da minha ama!
- Adios mi madre!
- Ai, ai, ai minha machadinha!
- Oh minha terra, onde eu nasci!
- Amei-te tanto!
- Ao passar a ribeirinha!
- Se eu soubesse o Pai-Nosso como sei cantar cantigas!
- Oh Vila de Vimioso!
- Meninas vamos ao vira!
- Resineiro é casado!
- Canta, canta, amigo canta!
- Ceifeira de cor morena!
- À meia noite ao luar!
- Oh pombas, oh lindas pombas!
- Sim, sim sou de Trás-os-Montes!
- Morena, morena, teus olhos castanhos!
- Oh ferreiro guarda a filha!
- Oh malhão, malhão!
- Oh que pinheiro tão alto!
- Olha o barquinho, noite e dia a navegar!
- Perguntaste-me outro dia, se eu sabia o que era o Fado?
- Barco perdido no Mar!
- Eu tenho o coração mais triste, que a tinta com que se escreve!
- Rebola a bola!
- Salta o farfalhão para o meio!
(…)
4- Tempo de “Avecedário”
e- Encontro com o Zé Augusto
Reencontrei-me com o Zé Augusto em 14 de Agosto de 2006. Apesar das raleiras nos meus dentes ainda me deu para partilhar com ele as minhas canções. Desta vez não trazia a guitarra. Ensinou-me esta:
- Oh meu Vimioso de Sol a brilhar,
- Oh terra morena,
- Já não tenho pena,
- De não ver o Mar!

- Minha terra feiticeira,
- Que ao luar dás o pão,
- Teu coração de trigueira,
- O Sol é teu irmão!

- Foi assim que Deus te fez,
- És um milagre do Céu!

Foram cantigas atrás de cantigas.
- Parecia a “Conta das Calças Azuis”!...
Acabámos com aquela:
- Ai minha terra, onde eu nasci,
- Tantas saudades eu tenho de ti,
- …
(…)
Visitar o teu Blog é sentir a história viva e vivida que perpassou pelas janelas dos teus sentidos e que com rara mestria e subtileza trazes para a actualidade, como se fosse possível dares vida ao Passado e torná-lo Presente!
Especialmente para a minha Mãe és uma Mais Valia de Vida, qual fonte extra de energia, tão bem sintetizada na expressão que lhe está sempre na ponta da língua:
- Tanto como um polegar, chega a alma ao seu lugar!
Um grande abraço!

Anónimo disse...

Zé Augusto:
Muito obrigado pela lembrança que tiveste.
Oxalá que Deus te dê boa Sorte a ti, aos teus Filhos e a toda a Família.
Prudência Pachita